O CASO PÓVOAPARQUES
sexta-feira, fevereiro 16, 2007
PÓVOAPARQUES TENTOU CORROMPER AUTARCA POVOER
Queriam fazer uma rotunda nos terrenos da Igreja e da Sede
A denúncia partiu do próprio autarca povoer, que designaremos pelo nome fictício de João Figueiredo, para proteger a sua identidade. «Disseram-me assim: deixas a gente construir a rotunda nos terrenos da igreja e da sede e a gente paga-te uma imperial no Juvi e não se fala mais nisso», conta o autarca. António Cunha & Garrote, sócio da PóvoaParques, terá alegadamente contactado por diversas vezes João Figueiredo no seu escritório na António Sérgio, oferecendo-lhe às três e às quatro garrafinhas de moscatel, encontros amorosos com a roliça pastora Rosa Brava, e um autocolante autografado de Fidel Castro a fazer compras nos Armazéns do Chiado. O que Cunha & Garrote desconhecia era que todas as conversas estavam a ser gravadas numa carrinha estacionada na praceta por detrás do escritório, por membros honorários da brigada anti-corrupção Polícia Judiciária da Póvoa Velha.
A PóvoaParques é uma multinacional da construção de rotundas que opera há alguns anos no nosso país. Há muito que se fala em alegados casos de corrupção, por exemplo, a demolição das torres de Tróia da Torralta para a construção de duas rotundas de formato oval; a expropriação da localidade da Póvoa da Galega para fazer uma rotunda gigante (a Galega era uma mulher humilde que, por ter parido muitos filhos ao longo da vida, tinha umas ancas de três hectares), e mais recentemente os atentados nas Torres Gémeas, tudo para construir a maior rotunda de Manhattan.
António Cunha & Garrote já desmentiu todas as acusações «Nunca falei directa ou indirectamente com o senhor João Figueiredo, não o conheço, nunca o vi». Quando questionado sobre a alegada rotunda nos terrenos da Igreja e da Sede, o sócio da PóvoaParques preferiu fugir à questão e oferecer-nos um fim-de-semana num T1 em Massamá, com esquentador e televisão na sala.
